Tecnologia de ponta impulsiona Operação Ronda Verde e fortalece combate às queimadas na Chapada Diamantina

Com uso de satélites, geoprocessamento e integração de dados, Bahia avança na identificação de focos de incêndio e responsabilização por queimadas ilegais

Fotos: Matheus Lemos -  Ascom/Sema


A tecnologia tem se tornado uma das maiores aliadas no combate ao uso irregular do fogo na Bahia. Durante mais uma etapa da Operação Ronda Verde, realizada em novembro na região da Chapada Diamantina, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) utilizou dados de monitoramento por satélite em tempo real para direcionar as equipes de campo da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), da Polícia Militar (CIPPA Lençóis) e do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA).

Os dados foram coletados a partir de plataformas de monitoramento de queimadas — como o Painel do Fogo, o BD Queimadas e o sistema Alerta Brasil M.A.I.S. — e processados em softwares de geoprocessamento, como o QGIS. O cruzamento dessas informações com o Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (CEFIR) permitiu identificar com precisão os pontos de calor e as áreas afetadas por incêndios, subsidiando o planejamento das ações em campo.

O mapeamento mostrou alto grau de assertividade, com todos os pontos indicados apresentando ocorrências de incêndios florestais. O cruzamento com a base do CEFIR também facilitou a identificação dos proprietários e a apuração das responsabilidades.

A equipe de Geoprocessamento do Inema estruturou pela primeira vez um levantamento específico de dados de queimadas para apoiar a Ronda Verde. O planejamento envolveu uma análise detalhada e o cruzamento de múltiplas fontes de monitoramento remoto com bancos de dados ambientais.

As informações foram integradas a registros de áreas de vegetação nativa, reservas legais, unidades de conservação, assentamentos rurais, terras indígenas e comunidades quilombolas, além das autorizações de supressão de vegetação (ASV) e de queima controlada (DQC). Essa integração possibilitou identificar onde as queimadas ocorreram e os possíveis responsáveis.

O uso das ferramentas também otimizou o trabalho de campo. Antes das fiscalizações, as equipes analisavam mapas georreferenciados e definiam pontos prioritários de vistoria. Durante as operações, o aplicativo Gaia GPS foi utilizado para navegação e confirmação das coordenadas dos focos de calor e cicatrizes de incêndio. As imagens em alta resolução serviram como provas técnicas nas investigações e autuações de crimes ambientais.

De agosto a novembro, foram mapeados cerca de 100 focos de fogo na Chapada Diamantina. O mês de setembro concentrou 48 ocorrências confirmadas, com destaque para os municípios de Andaraí, Piatã, Ibicoara e Rio de Contas. As equipes percorreram áreas rurais em Érico Cardoso, Rio de Contas, Piatã, Mucugê, Wagner, Andaraí, Lençóis, Palmeiras e Iraquara, fiscalizando propriedades e identificando queimadas ilegais.

Durante o período, esteve suspensa a Declaração de Queima Controlada (DQC), conforme a Portaria nº 33.788/2025, que proíbe o uso do fogo entre setembro e novembro — podendo ser prorrogada em caso de clima seco e baixa umidade. O uso irregular do fogo neste período é uma das principais causas de incêndios florestais severos. Por isso, o governo tem incentivado práticas alternativas, como o reaproveitamento do material orgânico cortado para melhoria do solo sem necessidade de queimadas.

A etapa atual da operação registrou redução significativa no número de focos de incêndio na Chapada, resultado direto da integração entre ações de educação ambiental, prevenção e fiscalização. O envolvimento das comunidades locais, que vêm colaborando com denúncias e monitoramento, reforça o avanço da consciência ambiental na região.

A operação também contou com o apoio aéreo do Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (GRAER/CBMBA), que utilizou helicópteros para ampliar o monitoramento e facilitar o deslocamento das equipes em áreas de difícil acesso.

A Ronda Verde integra o Programa Bahia Sem Fogo, dentro do eixo Sensibilização, Fiscalização e Responsabilização, e tem como foco o monitoramento, a fiscalização e a repressão ao uso irregular do fogo e ao desmatamento.

Lançada em 2024, a operação é considerada pioneira na Bahia e vem sendo ampliada a cada edição. Inicialmente voltada às regiões do Oeste e da Chapada Diamantina, historicamente as mais afetadas por queimadas e desmatamentos, a Ronda Verde representa hoje um marco nas ações integradas de fiscalização ambiental e no uso estratégico da tecnologia a serviço da preservação do meio ambiente.

Fonte: ba.gov.br

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