Foto divulgada pela Marinha dos Estados Unidos mostra o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, navegando pelo Estreito de Gibraltar
Operação visa combater narcotráfico, mas analistas veem movimento como pressão direta sobre o governo Maduro.
Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (24) o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo em operação, para águas da América Latina e do Caribe. A missão, segundo o Pentágono, faz parte de uma ofensiva para “detectar, monitorar e desmantelar” atividades ilícitas que ameacem a segurança dos EUA no Hemisfério Ocidental — oficialmente, uma ação contra o narcotráfico internacional.
Com 333 metros de comprimento e dezenas de aeronaves a bordo, o Gerald R. Ford lidera um grupo de ataque composto por destróieres, cruzadores e submarinos de ataque — um poderio militar superior ao de muitas forças navais da região. Sua presença no Comando Sul é vista como um gesto de força e uma mensagem política a governos considerados hostis a Washington, especialmente a Venezuela.
O movimento ocorre após uma sequência de ataques norte-americanos a embarcações no Caribe e no Pacífico, ações justificadas como combate a “narcoterroristas”. No entanto, críticos internacionais e governos latino-americanos questionam a legalidade e transparência dessas operações, que já deixaram dezenas de mortos.
Em resposta, Nicolás Maduro denunciou o que chamou de “ameaça direta” ao país e ordenou mobilização das Forças Armadas venezuelanas. O presidente afirmou querer “paz”, mas alertou que não permitirá um governo “ajoelhado aos interesses dos EUA”. Especialistas em segurança e diplomacia alertam que a presença do porta-aviões aumenta o risco de incidentes regionais e pode comprometer a cooperação internacional contra o crime.
O que muda com a operação:
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Aumenta a capacidade de vigilância aérea e naval dos EUA na região.
- Caracas e aliados podem reagir com mobilizações militares e protestos diplomáticos.
- A legalidade das ações deve gerar pressão política no Congresso americano e em organismos internacionais.
O envio do USS Gerald R. Ford marca uma nova escalada militar no continente americano, reacendendo tensões históricas entre Washington e Caracas e abrindo debate sobre soberania, direito internacional e segurança hemisférica.
Fonte: jovempan.com.br
