O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), publicou nesta sexta-feira (3) uma nota oficial condenando a comercialização de bebidas adulteradas com metanol e anunciou medidas de fiscalização emergenciais. A declaração ocorre após a internação do cantor Gustavo da Hungria Neves, o Hungria Hip Hop, com suspeita de intoxicação pela substância tóxica.
“Infelizmente, ainda existem comerciantes que pensam mais no lucro do que na saúde das pessoas. Isso não dá mais para aceitar”, afirmou Ibaneis. O governador determinou reforço imediato na fiscalização, com atuação conjunta da Defesa Civil, Secretaria de Saúde e Secretaria de Economia, para rastrear notas fiscais e checar a origem das bebidas.
Além da repressão, o governador destacou a importância da conscientização da população e do comércio. “Esse tipo de crime não pode virar rotina. Nossa prioridade é proteger a população, e o governo agirá com firmeza para evitar que casos como esse voltem a acontecer no DF”, completou.
O caso Hungria
O cantor Hungria Hip Hop, de 34 anos, foi internado na manhã de quinta-feira (2) no Hospital DF Star, após ingerir vodka adquirida em Vicente Pires, região administrativa do DF.
Segundo boletim médico, ele apresentou sintomas clássicos de intoxicação por metanol, como cefaleia, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. O caso é considerado o primeiro suspeito de intoxicação pela substância no Distrito Federal.
Os exames laboratoriais que poderão confirmar a presença de metanol devem levar de cinco a sete dias para ficarem prontos.
De acordo com o Ministério da Saúde, já foram registrados 59 casos suspeitos de intoxicação por metanol em todo o país. Desse total, 11 foram confirmados e há uma morte confirmada em São Paulo. Outros cinco óbitos seguem em investigação no estado paulista, além de uma morte suspeita na Bahia.
O episódio envolvendo Hungria também provocou reação no Legislativo local. O deputado distrital Fábio Félix (PSol) enviou ofício ao governador solicitando fiscalização emergencial em bares, restaurantes, supermercados, distribuidoras e fábricas de bebidas do DF, com atenção especial para os produtos destilados.
“É preciso agir com urgência para impedir que mais pessoas corram risco de morte por conta desse tipo de fraude criminosa”, afirmou o parlamentar.
Fonte: AgênciaBrasília