Vitória suada e alerta ligado: Flamengo vence, mas desempenho preocupa.
A vitória do Flamengo por 3 a 2 sobre o Palmeiras foi tão marcante quanto preocupante. O placar favorável colocou o Rubro-Negro em igualdade de pontos com o Verdão no Brasileirão, ambos com 61 pontos, mas, apesar do resultado, o desempenho flamenguista – especialmente no primeiro tempo – deixou muito a desejar. Mesmo construindo uma vantagem de 3 a 1 ainda na etapa inicial, o Flamengo foi amplamente dominado em campo, escapando graças à eficiência nos minutos decisivos.
Os gols da vitória foram marcados por De Arrascaeta, Jorginho e Pedro, todos no primeiro tempo. No entanto, o que poderia ter sido um passeio rubro-negro virou um teste de resistência. O Palmeiras, mesmo atrás no placar, tomou conta das ações, teve mais posse, criou mais chances e empurrou o Flamengo para o campo de defesa. Os gols palmeirenses, marcados por Vitor Roque e Gustavo Gómez, refletiram a pressão alviverde, com Gómez diminuindo já nos acréscimos finais da segunda etapa.
O mais impressionante é que, em termos de performance, o Flamengo não jogou para fazer 3 a 1. Fez. E isso é mérito da sua qualidade ofensiva, que resolve em segundos o que demora 45 minutos para construir. Mas depender somente do brilho individual e dos relâmpagos de talento é um caminho perigoso no campeonato. Contra um adversário mais frio ou mais eficiente, esse tipo de desatenção pode custar caro.
Com o resultado, o Flamengo segue firme na disputa pelo título, empatado em pontos com o Palmeiras, mas ainda atrás pelo critério de vitórias – o Verdão tem uma a mais. Ou seja, cada jogo daqui para frente precisará de mais do que lampejos: será necessário equilíbrio, intensidade e, principalmente, imposição tática. A torcida comemora o triunfo, mas sabe que o futebol apresentado liga um sinal amarelo.
No fim das contas, o Flamengo venceu, somou pontos importantes e mostrou força ofensiva. Mas, na minha opinião, se quiser ser campeão, precisa transformar esses momentos de brilho em domínio real – porque nem sempre será possível ganhar um jogo apenas com três minutos de inspiração.
Por, Lucas Souza