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Presidente dos EUA endurece postura contra Putin e pressiona por cessar-fogo, citando insatisfação crescente com bombardeios na Ucrânia.
Washington (EFE) — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (14) que poderá impor uma tarifa de aproximadamente 100% sobre os produtos provenientes da Rússia, caso o presidente russo, Vladimir Putin, não aceite firmar um acordo de paz com a Ucrânia dentro de 50 dias. A ameaça foi feita no início de uma reunião com o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, no Salão Oval da Casa Branca.
“Uma das razões pelas quais você está aqui hoje é porque estou muito insatisfeito com a Rússia”, afirmou Trump a Rutte, deixando claro o tom firme adotado em relação ao Kremlin.
O presidente norte-americano também anunciou que a Ucrânia receberá novos sistemas antimísseis Patriot, cuja aquisição será financiada pela União Europeia, segundo ele próprio. O envio do armamento representa um reforço estratégico diante da continuidade dos ataques russos a cidades ucranianas.
A fala de Trump representa uma mudança significativa no discurso do presidente dos EUA em relação a Putin. Desde o início de seu novo mandato, em 20 de janeiro, Trump havia sinalizado a intenção de buscar um entendimento direto com o líder russo para encerrar a guerra. No entanto, a disposição de Putin em manter os bombardeios minou essas expectativas.
O ponto de ruptura ocorreu no último 3 de julho, durante uma ligação entre os dois líderes. Nela, Putin reafirmou que não abriria mão de seus objetivos militares na Ucrânia, o que gerou grande irritação por parte de Trump.
“Vamos aplicar tarifas muito severas se não chegarmos a um acordo em 50 dias. Tarifas de cerca de 100%, que chamaríamos de tarifas secundárias”, afirmou o presidente.
As chamadas tarifas secundárias são medidas econômicas punitivas que não se limitam apenas ao país alvo (neste caso, a Rússia), mas também podem afetar terceiros que comercializem com ele. Isso significa que empresas e nações que continuarem fazendo negócios com Moscou estariam sujeitas a sanções comerciais e financeiras dos EUA.
Esse tipo de tarifa amplia o alcance das sanções tradicionais e visa isolar economicamente a Rússia, elevando o custo de manter a ofensiva militar em território ucraniano.
Durante o encontro com Mark Rutte, Trump deixou claro que os Estados Unidos esperam que a União Europeia arque com os custos da nova remessa de sistemas antimísseis Patriot à Ucrânia. A entrega do armamento tem o objetivo de reforçar as defesas ucranianas contra mísseis balísticos e aéreos russos, além de sinalizar o comprometimento ocidental com a integridade territorial da Ucrânia.
Embora Trump tenha sido inicialmente criticado por excluir a Rússia das sanções anunciadas em abril — sob o argumento de que Moscou já enfrentava punições severas —, sua posição agora é mais dura e pragmática.
A declaração de Trump inaugura uma nova fase na diplomacia americana diante da guerra no leste europeu. A ameaça de tarifas pesadas coloca pressão direta sobre Putin, ao mesmo tempo em que exige respostas rápidas e colaborativas da comunidade internacional.
Agora, com um prazo de 50 dias correndo, o mundo observará atentamente os desdobramentos entre Washington e Moscou. Caso a advertência seja mantida, a medida poderá agravar tensões comerciais globais e reconfigurar alianças no tabuleiro internacional.
Fonte: jovempan.com.br