Argentina busca aderir ao Visa Waiver Program; Brasil sofre revogação de vistos de ministros do STF e imposição de tarifas.
O governo do presidente Javier Milei anunciou que iniciou negociações com os Estados Unidos para a entrada da Argentina no Visa Waiver Program (VWP) — programa que permite viagens de até 90 dias para turismo ou negócios sem necessidade de visto, mediante apenas uma autorização eletrônica de baixo custo. A medida foi divulgada após um encontro entre Milei e a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, ocorrido na Casa Rosada.
A adesão ao VWP representa um avanço significativo nas relações diplomáticas entre Argentina e Estados Unidos, reforçando o alinhamento de Milei com a gestão de Donald Trump, que se mantém como principal articulador republicano nos bastidores da política externa americana. Atualmente, apenas o Chile participa do programa na América Latina. Se a adesão for aprovada, os cidadãos argentinos poderão obter a autorização eletrônica por cerca de R$ 114, valor muito inferior ao visto tradicional, que ultrapassa R$ 1.000.
Entretanto, a entrada no VWP não é automática: exige do país candidato uma série de compromissos com a segurança migratória, controle de fronteiras, troca de informações com os EUA e taxas reduzidas de rejeição de vistos.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta um cenário diplomático adverso com Washington. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do procurador-geral Paulo Gonet, e de seus familiares. A medida, que atinge nomes como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia e Luís Roberto Barroso, foi justificada por Rubio como uma resposta a uma “suposta perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além da sanção diplomática, os EUA impuseram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, ampliando o distanciamento político entre os dois países. Ministros indicados por Bolsonaro, como André Mendonça e Nunes Marques, não foram afetados pela medida, o que evidencia um recorte político nas sanções.
O contraste entre a aproximação entre Argentina e Estados Unidos e o desgaste das relações com o Brasil sinaliza mudanças relevantes no mapa geopolítico da América do Sul, em especial no que diz respeito à influência norte-americana na região.
Fonte: Jovempam.com.br