Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília
Governo do Distrito Federal investe em planejamento, capacitação e tecnologia para reduzir mortes em operações.
O Distrito Federal se consolida como referência nacional na área de segurança pública, apresentando um dos menores índices de letalidade policial do país. Segundo o Primeiro Anuário de Segurança Pública do DF, lançado na última quarta-feira (18) pelo Governo do Distrito Federal (GDF), houve uma redução de 46% nas mortes por intervenção de agentes do Estado em 2024, totalizando 15 casos no ano.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, o resultado reflete uma política baseada no uso proporcional da força, aliada a práticas modernas e alinhadas aos direitos humanos. “Os dados do Anuário mostram que é possível preservar vidas e combater o crime com inteligência, profissionalismo e integração. A baixa letalidade policial registrada em 2024, somada aos menores índices de homicídio das últimas décadas, é reflexo direto de uma política de segurança pública orientada por evidências, com foco na capacitação dos nossos agentes e na atuação estratégica das corporações”, destacou.
Tecnologia e planejamento estratégico
Um dos pilares dessa redução é o investimento em tecnologias de monitoramento e inteligência, que permitem o remanejamento imediato de efetivos conforme as necessidades operacionais. Esse recurso tem sido decisivo em grandes eventos e ações de rotina, otimizando a distribuição das equipes e prevenindo conflitos.
A Subsecretaria de Operações Integradas (SOPI), vinculada à Secretaria de Segurança Pública, é a responsável por elaborar os protocolos técnicos que orientam a atuação das forças de segurança. “O planejamento detalhado evita dúvidas e garante maior eficiência, definindo todos os detalhes do emprego das forças policiais”, explicou o subsecretário Carlos Eduardo Melo de Souza.
Eventos de grande porte, como o Carnaval e o aniversário de Brasília, são exemplos da eficácia desse modelo, com monitoramento em tempo real e possibilidade de ajustes operacionais durante a execução. “O nível de rigidez das operações varia conforme o tipo de evento e o grau de risco identificado previamente”, acrescentou Melo.
Comunicação estratégica e integração com a população
Além do preparo técnico, o GDF também aposta em uma comunicação estratégica com a população. Antes das operações, são repassadas orientações claras ao público e aos agentes, incluindo informações sobre condutas esperadas e objetos proibidos em determinados eventos. “Essas orientações evitam ruídos, aumentam a colaboração da população e facilitam a atuação das equipes no terreno”, reforçou o subsecretário.
Polícia Militar do DF: foco na formação e no respeito à vida
Na linha de frente das operações, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) segue à risca o Procedimento Operacional Padrão (POP), que prioriza a legalidade e os direitos humanos. A comandante da corporação, coronel Ana Paula Barros Habka, destacou os avanços no preparo técnico e emocional dos policiais.
“A PMDF tem investido no ser humano, no policial. Para isso, nossos cursos de formação incluem técnicas de abordagem modernas, baseadas na legalidade, nos direitos humanos e na preservação da vida”, afirmou a coronel. O uso de equipamentos não letais, como gás de pimenta e armas de eletrochoque, também tem sido fundamental para conter situações de risco sem o uso de força letal.
Além da formação inicial, a PMDF oferece capacitações contínuas e ações de apoio psicológico, com a contratação de psiquiatras e parcerias com instituições como o Sesc e a Secretaria de Saúde. “A decisão do policial precisa ser rápida e precisa. Por isso, trabalhamos o emocional do nosso efetivo”, completou Habka.
Proximidade com a comunidade
Outro destaque é o fortalecimento da relação entre a PMDF e a comunidade. Programas como o Proerd, o Provid, o Guardião Escolar e o Guardião Rural, além das redes de vizinhos protegidos e comércio seguro, têm gerado resultados positivos. “Só o Guardião Escolar, por exemplo, atende hoje 1,6 mil escolas, com contato direto entre o batalhão e os diretores das unidades”, detalhou a comandante.
Ela também lembrou que grandes eventos como o Carnaval têm mostrado resultados concretos na redução da violência. “No passado, já tivemos blocos com registro de até 19 facadas em um único dia. Hoje entregamos carnavais sem esse tipo de ocorrência. Isso é fruto de análise prévia de risco e estratégias específicas para cada área”, concluiu Habka.
Para o Governo do Distrito Federal, o modelo de segurança pública adotado atualmente é um exemplo de que é possível conciliar eficiência operacional com respeito à vida e aos direitos fundamentais. A meta agora é seguir aprimorando as políticas públicas para manter o DF como referência nacional em segurança cidadã.