Estádio vira palco de protesto: mais de 30 mil torcedores erguem cartão vermelho contra o racismo no DF

Em ação inédita no país, campanha “Cartão Vermelho para o Racismo” reúne torcedores, jogadores e autoridades em protesto simbólico contra a discriminação nos estádios.


A Arena BRB Mané Garrincha viveu um momento histórico neste domingo (4), minutos antes da partida entre Vasco e Palmeiras, pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mais de 30 mil torcedores protagonizaram um protesto simbólico ao levantar, de forma sincronizada, cartões vermelhos contra o racismo, em uma ação que marcou o lançamento oficial da campanha Cartão Vermelho para o Racismo.

Promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a campanha tem como objetivo transformar os estádios em espaços de conscientização, combate ao preconceito e promoção do respeito à diversidade.

Um gol pela cidadania

Com o lema “Não é só falta grave, é cartão vermelho para o racismo”, a iniciativa busca consolidar um modelo distrital de enfrentamento à discriminação racial no esporte, com potencial de expansão para todo o país. A ação contou com a participação ativa de jogadores, árbitros e torcedores, que, unidos, enviaram uma mensagem clara: o racismo não será mais tolerado – nem nos gramados, nem fora deles.

Os atletas de Vasco e Palmeiras entraram em campo segurando uma faixa com a mensagem da campanha. Nas arquibancadas, o gesto foi amplificado por milhares de torcedores que receberam cartões vermelhos nas entradas do estádio e os ergueram durante um minuto de silêncio em protesto.

“Essa campanha nasce de uma preocupação urgente: combater o racismo. Ver milhares de torcedores, crianças, famílias inteiras unidas por essa causa foi emocionante”, destacou a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani. “O futebol tem um alcance enorme e pode ser um instrumento poderoso de transformação social.”

Voz das arquibancadas


Entre os torcedores que participaram da manifestação estava Sueny Almeida de Medeiros, 44 anos, moradora de Taguatinga e torcedora do Vasco. “Achei muito interessante. É importante reforçar o combate ao racismo em todos os espaços, especialmente no futebol, que atinge tanta gente”, comentou.

Já o palmeirense Renan Lopes Oliveira, que viajou de Goianésia (GO) com a família para assistir à partida, também elogiou a campanha. “Essa luta é de todos, não importa o time, a cor da camisa ou da pele. Isso aqui foi um golaço da cidadania.”

A cerimônia contou com a presença de autoridades, atletas e representantes das duas equipes. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, também reforçou o posicionamento da entidade: “Apoiar essa campanha está em sintonia com o compromisso da nossa gestão. O combate ao racismo é uma bandeira que traduzimos em ações concretas. Esse é um trabalho contínuo, necessário e inegociável”.

A iniciativa também está alinhada com a Lei Vinícius Júnior, promulgada pelo Governo do Distrito Federal, que estabelece diretrizes pioneiras para garantir ambientes esportivos mais justos e inclusivos. A Sejus é responsável pela regulamentação da lei e pela articulação com outros estados interessados em adotá-la.

Nos próximos meses, a parceria entre Sejus-DF e CBF será ampliada com ações educativas, como cursos de letramento racial voltados a jogadores, dirigentes e profissionais do esporte. A expectativa é consolidar um modelo de atuação nacional contra o preconceito, fortalecendo a cultura da inclusão dentro e fora dos estádios.

Fonte: agenciabrasilia.df.gov.br

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