DF fortalece produção de maracujá com inovação tecnológica e assistência técnica gratuita
Clima favorável, solo fértil e assistência técnica gratuita têm impulsionado a fruticultura no Distrito Federal, que em 2024 registrou um crescimento de 8,5% na área plantada, alcançando 2,5 mil hectares. A produção também subiu 6,9% em relação ao ano anterior, ultrapassando 40 mil toneladas. Entre as frutas cultivadas na região, o maracujá vem ganhando destaque pela qualidade e pelas tecnologias aplicadas no cultivo, com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF).
De acordo com o Relatório de Informações Agropecuárias (RIA), o DF colheu 3.929 toneladas de maracujá em 126 hectares, representando mais de 5% da produção frutífera local. Um dos destaques é a propriedade do engenheiro agrônomo Júlio Menegotto, que há décadas investe em inovação no cultivo da fruta. Com 13,5 hectares dedicados exclusivamente ao maracujá, Menegotto desenvolveu técnicas como o uso de mudas grandes, protetores de tronco e irrigação por gotejamento com adubação, resultando em um produto classificado como superpremium.
O uso de mudas com cerca de 1,5 metro, conhecidas como mudões, é uma das inovações que permitem acelerar a produção e aumentar a resistência das plantas. “Com essa técnica, o ciclo produtivo encurta e a planta se torna mais resistente a doenças”, explica Menegotto. A produção exige, ainda, polinização manual, que demanda mão de obra especializada. “Preferimos contratar mulheres para essa função, por conta da delicadeza necessária”, afirma.
A propriedade gera cerca de 40 empregos diretos e indiretos, podendo contratar até sete trabalhadores por hectare em períodos de pico. O coordenador do programa de Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, destaca que, com orientação técnica correta, é possível triplicar a produtividade. “O DF tem clima ideal para o maracujá, especialmente em Sobradinho e Planaltina, e a cultura se encaixa bem na agricultura familiar”, observa.
O crescimento do setor também é impulsionado por programas como a Rota da Fruticultura, que incentiva a diversificação com o plantio de frutas como mirtilo, framboesa, açaí e pitaya. Segundo o secretário da Agricultura do DF, Rafael Bueno, o GDF investiu R$ 2 milhões no setor, via Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), com juros baixos para apoiar os produtores.
Além do cultivo, a propriedade de Menegotto aposta na agregação de valor à produção, com a fabricação de polpas e geleias que já estão nas prateleiras de supermercados locais. A expectativa é alcançar 1,2 milhão de toneladas neste ano, com distribuição para o DF, Goiás e São Paulo. “Já temos demanda para exportar a polpa para a França e mirtilo para os Emirados Árabes. O DF é, sem dúvida, um celeiro de inovação na fruticultura”, conclui o secretário Rafael Bueno.