A China está acelerando um programa massivo de investimento doméstico de US$ 470 bilhões em petróleo e gás, com o objetivo de reduzir a dependência de fontes estrangeiras e reforçar sua segurança energética, segundo reportagem da Bloomberg. A iniciativa reflete a preocupação de Pequim com riscos geopolíticos crescentes e a instabilidade nos mercados globais de energia.
Um símbolo desse esforço é a plataforma offshore 11-1 CEPJ, operada pela Cnooc Ltd. no campo de petróleo e gás de Caofeidian, a cerca de 20 quilômetros do porto de Tianjin, no Mar de Bohai. A estrutura impressionante demonstra a escala e a ambição da China em expandir sua infraestrutura energética e aumentar a autossuficiência em hidrocarbonetos.
Como maior importador e consumidor de energia do mundo, a China enfrenta vulnerabilidades significativas. O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA elevou preocupações, já que sua administração é vista como mais propensa a usar políticas comerciais como instrumentos estratégicos.
Recentes medidas americanas, incluindo a inclusão na lista negra de dois grandes produtores de petróleo russos, perturbou cadeias globais de suprimento, levando refinarias chinesas a cancelar embarques de petróleo. Esses acontecimentos destacam a volatilidade dos mercados globais e reforçam a prioridade chinesa em proteger a economia de choques externos.
O investimento de US$ 470 bilhões não se trata de uma ação pontual, mas sim de uma estratégia contínua para ampliar a produção doméstica de petróleo e gás. Autoridades chinesas estão empenhadas em garantir suprimentos de energia estáveis, indicando que esse nível de investimento pode ser apenas o início de um programa ainda maior e prolongado.
A iniciativa evidencia que a China busca construir uma base energética autossuficiente, capaz de enfrentar desafios externos e flutuações globais, consolidando sua posição como potência econômica e energética mundial.
Fonte: bloomberg.com
