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Bloco europeu busca acordo até agosto para evitar tarifa global de 30% sobre seus produtos; clima é de tensão entre aliados comerciais históricos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou neste domingo (13) que a União Europeia (UE) estenderá a suspensão das tarifas de retaliação contra os Estados Unidos. A medida visa ganhar tempo e facilitar a conclusão de um acordo que evite a imposição de uma tarifa global de 30% sobre produtos europeus, conforme anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
“Os Estados Unidos nos enviaram uma carta com medidas que entrarão em vigor a menos que uma solução negociada seja alcançada. Portanto, também estenderemos a suspensão de nossas contramedidas até o início de agosto”, declarou Von der Leyen.
O prazo para a suspensão das tarifas de retaliação expiraria na noite desta segunda-feira (14). Com a extensão, a União Europeia tenta manter abertas as portas da negociação e conter a escalada de tensões comerciais.
Trump impõe nova tarifa de 30%
No sábado (12), o presidente Donald Trump anunciou oficialmente a imposição de tarifas de 30% sobre produtos oriundos da União Europeia e do México, com início previsto para 1º de agosto. A decisão representa um novo capítulo nas disputas comerciais internacionais protagonizadas pelo governo norte-americano, que tem adotado uma postura protecionista mais rígida em setores estratégicos como aço, alumínio, automóveis, medicamentos e aviação.
Reação europeia
Em resposta, a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, afirmou que o bloco está preparado para se defender. “A UE sempre buscou uma solução negociada. Mas, se necessário, também dispõe de ferramentas para defender seus interesses”, declarou em entrevista ao jornal francês Tribune Dimanche. Ela mencionou que, além dos produtos, os serviços exportados pelos Estados Unidos também podem ser alvo de contramedidas.
Riscos à economia e diplomacia
A medida anunciada por Trump causou forte reação em diversas capitais europeias, com preocupação em setores que podem ser duramente impactados. Indústrias como a automobilística, farmacêutica, aeronáutica e vitivinícola (de vinhos) temem prejuízos bilionários caso as tarifas entrem em vigor.
A escalada de tensões também acende um alerta diplomático, uma vez que EUA e UE são aliados históricos, integrantes da OTAN e parceiros comerciais de longa data. No entanto, a retórica agressiva do governo Trump e o uso recorrente de tarifas como ferramenta de pressão colocam em risco esse equilíbrio.
Com a nova extensão da suspensão das contramedidas, a União Europeia sinaliza disposição para negociar, mas deixa claro que não aceitará imposições unilaterais sem reação. As próximas semanas serão decisivas para evitar uma guerra comercial de grandes proporções entre as duas maiores economias ocidentais.
Fonte: Jovempam.com.br