Sobretaxa dos EUA: Lula convoca reunião de emergência e estuda reação com base na Lei de Reciprocidade

MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Governo brasileiro avalia estratégias para responder à tarifa de 50% imposta por Trump sobre importações do Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou, na manhã desta quinta-feira (10), uma reunião no Palácio da Alvorada para tratar da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações brasileiras. A medida norte-americana, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, acendeu um sinal de alerta no governo brasileiro e motivou a criação de um grupo de estudos para definir a melhor forma de reação.

Segundo a Casa Civil, o grupo irá avaliar os impactos econômicos e políticos da medida e propor estratégias que preservem os interesses do Brasil sem provocar um confronto direto com os Estados Unidos. O objetivo, de acordo com o governo, é manter o diálogo aberto e buscar uma solução diplomática para o impasse comercial.

Na quarta-feira (9), o presidente Lula afirmou que o Brasil poderá utilizar a Lei de Reciprocidade, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional, como instrumento jurídico para orientar sua resposta à medida adotada por Trump. A legislação permite ao governo brasileiro adotar ações equivalentes ou proporcionais contra países que adotem medidas comerciais consideradas hostis ou prejudiciais ao Brasil.

“Vamos agir com responsabilidade, firmeza e dentro do que a lei nos permite. A soberania e os interesses do Brasil serão sempre respeitados”, disse Lula em declaração anterior à imprensa.

Entre as opções discutidas pelo governo brasileiro está a retaliação cruzada, que poderia envolver restrições em setores como serviços e propriedade intelectual — uma estratégia já utilizada com sucesso em disputas anteriores com os Estados Unidos, especialmente no contexto da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A ideia é adotar medidas que pressionem Washington sem afetar diretamente setores sensíveis da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria de base exportadora. “Estamos analisando todos os cenários, mas nossa prioridade é defender a economia brasileira sem fechar portas para o diálogo internacional”, destacou um integrante do Palácio do Planalto.

O governo também considera intensificar as articulações diplomáticas, tanto com os Estados Unidos quanto com organismos multilaterais, para entender os fundamentos da tarifa e buscar uma solução negociada. O Itamaraty já foi acionado para acompanhar de perto o desdobramento da medida e abrir canais de comunicação com representantes do governo norte-americano.

A estratégia adotada por Lula visa equilibrar firmeza e prudência, evitando uma escalada de tensões comerciais que possa comprometer o relacionamento entre os dois países. O Brasil é hoje um dos principais exportadores agrícolas para os Estados Unidos, além de parceiro relevante em áreas como energia, tecnologia e meio ambiente.

Ainda não se sabe ao certo quais setores brasileiros serão mais afetados pela sobretaxa imposta por Trump. No entanto, especialistas alertam que a medida poderá impactar as exportações de produtos industrializados, siderúrgicos e agrícolas — especialmente os que já enfrentam barreiras não tarifárias no mercado americano.

Fonte: Jovempam.com.br

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