Cardeais ainda não chegaram a um consenso; clima de expectativa cresce no Vaticano enquanto possíveis nomes ganham força
Na manhã desta quinta-feira (8), uma espessa fumaça preta voltou a sair da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, sinalizando que os cardeais ainda não chegaram a um consenso para eleger o novo papa. A cor escura indica que nenhum dos candidatos atingiu os dois terços necessários — ou seja, 89 votos — para ser proclamado o 267º pontífice da Igreja Católica.
A expectativa agora se volta para as próximas rodadas de votação, previstas para acontecer ainda hoje. Caso um nome seja escolhido, a tradicional fumaça branca pode ser vista por volta das 12h30 (horário de Brasília). Se o impasse continuar, uma nova fumaça preta deverá aparecer às 14h.
Milhares de fiéis se reuniram na Praça de São Pedro desde as primeiras horas da manhã, aguardando o sinal com esperança. A segunda fumaça preta do conclave foi recebida com aplausos misturados à decepção, especialmente após a primeira votação infrutífera da quarta-feira.
Diferente dos conclaves de 2005 e 2013 — que elegeram Bento XVI e Francisco, respectivamente, em apenas dois dias —, a decisão atual parece mais desafiadora. A divisão entre os chamados “bergoglistas”, defensores de uma Igreja mais aberta e progressista, e os conservadores, tem dificultado o avanço do processo. Vale lembrar que o papa emérito Francisco, Jorge Mario Bergoglio, criou cerca de 80% dos cardeais eleitores.
Apesar do sigilo absoluto que rege o conclave, a imprensa italiana já especula sobre nomes em ascensão. O italiano Pietro Parolin, ex-secretário de Estado do Vaticano e considerado favorito, vê surgir a concorrência de figuras como o filipino Pablo Virgilio David — que, se eleito, seria o primeiro papa asiático —, além dos espanhóis Cristóbal López Romero e Ángel Fernández Artime.
O conclave acontece em total isolamento, com os cardeais incomunicáveis e jurando segredo absoluto. As interações limitam-se às refeições e encontros nas dependências da residência Santa Marta. A votação ocorre diante do célebre afresco do Juízo Final, de Michelangelo, onde os “príncipes da Igreja” escrevem o nome de seu escolhido e o depositam em um prato de prata.
O clima de tensão e expectativa cresce à medida que o mundo aguarda a definição do novo líder espiritual dos 1,4 bilhão de católicos. Como destacou o decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, este é um “momento tão difícil e complexo da história”, e a unidade da Igreja será essencial para o futuro pontificado.
Fonte: jovempan.com.b