Acolhimento e acesso ampliado: população em situação de rua tem mais acesso à saúde no DF

 Pesquisa revela salto de quase 90% no atendimento a pessoas em situação de rua e redução de queixas de saúde; ações como o Consultório na Rua e oferta de refeições reforçam políticas públicas humanizadas


Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) revelou um avanço expressivo nas políticas públicas voltadas para a população em situação de rua. Segundo a Pesquisa Pop Rua, divulgada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em abril deste ano, houve um aumento de quase 90% no acesso desse grupo aos serviços públicos de saúde.

O estudo aponta que o uso de unidades básicas de saúde (UBSs) por essa população subiu de 36,7% em 2022 para 51,7% em 2024. Já o atendimento em unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais saltou de 20,7% para 36,9%. O levantamento também registra uma queda nos relatos de problemas de saúde em comparação ao Censo do IBGE de 2022, sinalizando um avanço no cuidado e na atenção prestada.

O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, destacou o impacto desses dados:

        “Cada atendimento registrado representa uma vida que foi acolhida, escutada e cuidada. Esses avanços mostram que estamos no caminho certo ao levar saúde, alimentação e dignidade a quem mais precisa.”

Consultório na Rua: acesso direto à saúde

Um dos pilares dessa transformação é o programa Consultório na Rua, que presta atendimento direto e humanizado à população em situação de rua em todo o DF. De 2023 até março deste ano, as equipes realizaram quase 16,5 mil atendimentos. Apenas em 2024, já foram mais de 10 mil ações de cuidado.

A médica de família Samanta Hosokawa detalha o funcionamento das ações:

        “Sempre vamos em grupo, com equipe multiprofissional — enfermeiro, técnicas de enfermagem, dentista, assistente social, psicólogo — para oferecer o máximo de suporte possível para cada paciente naquele momento.”

As equipes levam vacinas, medicamentos, fazem testagens rápidas, consultas, exames e até o encaminhamento via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), cuidando para que os pacientes recebam o retorno mesmo sem telefone ou endereço fixo.

Resultados práticos e relatos emocionantes

O impacto do atendimento é confirmado por quem vive nas ruas. Ronaldo Nascimento, 50 anos, recebeu tratamento contra tuberculose com o apoio do programa.

        “Acho que foi o melhor atendimento que já recebi, até melhor que em hospital. Me trataram superbem.”

Outro exemplo é Alexandre Soares, 51:

        Se não fossem eles, ir para um posto de saúde seria bem mais complicado. Aqui sou atendido com carinho e muito mais rápido. Rapidinho consegui um exame, já recebi até o resultado.”

A ampliação do atendimento resultou em melhorias nos indicadores de saúde. A pesquisa revela queda de 9,1% nos relatos de ansiedade e depressão, que hoje representam 28,6% das queixas. Problemas de saúde bucal diminuíram 27,6%, e dores crônicas, 19,8%.

O acesso aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que também oferecem suporte em saúde mental, subiu de 18,6% para 28,7%. Já nos centros Pop, a procura cresceu 2,1%.

Além do atendimento em saúde, o GDF reforçou a política de segurança alimentar. O acesso a refeições gratuitas em restaurantes comunitários passou de 35,6% para 54,7% entre 2022 e 2025. Apenas entre janeiro e março deste ano, foram servidas mais de 1,6 milhão de refeições.

Para o diretor das Áreas Estratégicas da Atenção Primária, Afonso Abreu Mendes Junior, o sucesso das ações se deve à expansão das equipes e à abordagem centrada na dignidade:

        “A pessoa em situação de rua é usuária do SUS como qualquer um. Ela precisa — e deve — ser atendida com qualidade e respeito.”

A pesquisa e os relatos reforçam a importância de políticas públicas que olham além das estatísticas e oferecem acolhimento real para aqueles que mais precisam. O DF dá um passo firme na direção da equidade em saúde e da justiça social.

Fonte: www.agenciabrasilia.df.gov.br

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