Em um movimento já articulado dentro do Partido Liberal (PL), o senador Romário anunciou, nesta quinta-feira (11), que irá se licenciar do mandato a partir da próxima semana. A decisão, segundo ele, faz parte de um acordo firmado no início da legislatura, garantindo que seu suplente, Bruno Bonetti (PL-RJ), também tenha a oportunidade de representar o Rio de Janeiro no Senado Federal.
De acordo com Romário, a licença não é surpresa dentro do partido. O entendimento para que Bonetti assumisse por um período já estava estabelecido desde o início do mandato.
Em comunicado divulgado à imprensa, o senador explicou que ficará afastado do cargo até o final de março, quando retornará à atividade parlamentar.
Com mandato renovado em 2022, Romário tem assento garantido no Senado até 2030.
A licença ocorre meses após o senador enfrentar desgaste com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. No ato bolsonarista do 7 de Setembro, Romário foi alvo de gritos de “fora, Romário”, reflexo de tensões políticas recentes.
O estopim para as críticas foi sua decisão de não apoiar o candidato bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) na disputa pela Prefeitura do Rio em 2024. Romário declarou apoio ao então prefeito Eduardo Paes (PSD), que foi reeleito.
Esse posicionamento fortaleceu o distanciamento entre o senador e setores mais radicalizados do PL fluminense.
Romário também se destacou como uma das poucas vozes da base bolsonarista a não apoiar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, bandeira defendida por aliados mais próximos de Bolsonaro. O tema ganhou força após o ex-presidente ser condenado em processo relatado por Moraes e, posteriormente, preso.
A postura do senador, crítica e independente em alguns temas, tem marcado sua trajetória recente no Congresso e reforçado sua disposição de atuar de forma autônoma dentro do PL.
Com a saída temporária, Bruno Bonetti assume a cadeira no Senado e passa a representar o Rio de Janeiro pelos próximos meses. A mudança acontece em um momento de reorganização interna no partido e pode servir também para fortalecer o suplente politicamente no estado.
Enquanto isso, Romário retorna ao Rio para intensificar agendas regionais, reorganizar bases e se aproximar de lideranças locais — movimentos considerados importantes para sua projeção até o fim do mandato.
Fontes:
ANA PAULA BIMBATI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Site: jornaldebrasilia.com.br