Márcio Batista/MRE
Governo Lula tenta evitar taxação iminente sem abrir mão de sua autonomia política; Trump mantém silêncio e prepara decreto com justificativa econômica.
Apesar da falta de resposta por parte da Casa Branca, o governo brasileiro segue empenhado em buscar uma saída diplomática para evitar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos nacionais, anunciada pelos Estados Unidos e prevista para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto. O chanceler Mauro Vieira, que participa de uma conferência da ONU em Nova York, já encaminhou, junto à Embaixada do Brasil em Washington, mensagens sinalizando interesse em diálogo com a administração Trump, mas não obteve retorno positivo até o momento.
A postura norte-americana tem sido vista por assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como uma tentativa de transferir ao Brasil a responsabilidade pela crise comercial. Segundo fontes da Casa Branca, o governo dos EUA não teria recebido "propostas relevantes" do Brasil, o que é interpretado pelo Planalto como um pretexto para justificar a nova taxação. Mesmo assim, o governo Lula reafirma que não fará concessões políticas em troca da suspensão das tarifas e continuará buscando alternativas de diálogo por vias diplomáticas e parlamentares.
Enquanto isso, uma comitiva de senadores brasileiros está em Washington para reuniões com parlamentares e empresários americanos até quarta-feira (30), com o objetivo de sensibilizar o setor privado sobre os impactos negativos das tarifas para ambas as economias. O governo Trump, por sua vez, já prepara um decreto que formalizará as tarifas com base em uma nova declaração de emergência econômica, cujos detalhes ainda não foram divulgados. A expectativa do governo brasileiro é de que, ao menos, seja anunciado um cronograma de implementação, evitando a aplicação imediata da medida.
Fonte: jovempam.com.br