Unidade pioneira no Brasil transforma resíduos em composto orgânico, fortalece a agricultura familiar e gera renda para mais de 150 catadores no Distrito Federal.
A Usina de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) da Asa Sul tem sido peça-chave na gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos do Distrito Federal. Apenas em 2024, mais de 109 mil toneladas de resíduos foram processadas na unidade, que é pioneira no Brasil. Desde sua inauguração, em 2020, a usina registra crescimento contínuo, com destaque para um aumento de 8% entre 2023 e 2024, e cerca de 70% em relação ao primeiro ano de funcionamento.
Responsável por aproximadamente 65% do composto orgânico produzido no DF em 2023 — o equivalente a 33,5 mil toneladas —, a UTMB contribui significativamente para a agricultura familiar. Desse total, mais de 18 mil toneladas foram doadas a pequenos produtores, fomentando a economia circular e reduzindo a quantidade de resíduos destinados ao aterro sanitário.
A usina atende a diversas regiões do DF, como Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste, Cruzeiro, São Sebastião, Varjão e Lago Norte, tratando os resíduos que não passam pela coleta seletiva. A triagem ocorre em duas etapas: uma manual, realizada por cooperativas de catadores, e outra mecânica, feita por peneiras rotativas que separam a fração orgânica destinada à compostagem.
Após o processo inicial, o material segue para a unidade do P Sul, onde permanece de 90 a 100 dias em leiras para maturação, com controle de temperatura e acompanhamento técnico. O composto final, devidamente peneirado, é entregue em boas condições para uso na produção agrícola, promovendo não apenas a sustentabilidade ambiental, mas também o reaproveitamento eficiente de recursos.
A UTMB também é fonte de renda para dezenas de famílias. Duas cooperativas atuam na unidade: a Renove, com 98 catadores, e a Cooperlimpo, com 60 trabalhadores. Os catadores são responsáveis por separar materiais recicláveis como plástico, papel e alumínio. “Tiramos esse lixo da natureza e ajudamos na renda dos nossos filhos e netos”, relata Adairan Feliciano, da Cooperativa Renove. A atuação desses profissionais reforça o impacto social e ambiental positivo da usina na capital federal.
Fonte: www.agenciabrasilia.df.gov.br