Religião evangélica cresce para 26,9% da população; católicos ainda são maioria, mas atingem menor percentual da história.
Os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, apontam mudanças relevantes no perfil religioso do Brasil. Os evangélicos agora representam 26,9% da população com 10 anos ou mais — cerca de 47,4 milhões de pessoas e seguem como o grupo religioso que mais cresce no país, ainda que em ritmo mais moderado do que em décadas anteriores.
Enquanto isso, o catolicismo, historicamente predominante, continua em declínio. Em 2010, os católicos eram 65% da população; em 2022, esse número caiu para 56,7%, o menor percentual já registrado desde 1872, quando representavam 99,7% dos brasileiros. Mesmo com cerca de 100,2 milhões de fiéis, os católicos vêm perdendo espaço na paisagem religiosa nacional.
O crescimento dos evangélicos desacelerou: entre 2010 e 2022, o avanço foi de 35,3%, contra 69,2% registrados entre 2000 e 2010. Ainda assim, o grupo já é maioria em 58 municípios, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Norte. O fenômeno teve início na década de 1980 e vem se consolidando nas últimas décadas.
O recorte etário mostra que os evangélicos são maioria entre os jovens de 10 a 14 anos (31,6%), enquanto os católicos predominam entre os mais velhos: 72% dos brasileiros com mais de 80 anos. Racialmente, a adesão evangélica é maior entre indígenas (32,2%), pretos (30%) e pardos (29,3%), enquanto a população branca segue majoritariamente católica (60,2%).
Outros dados do Censo revelam um aumento das pessoas sem religião (de 7,9% para 9,3%) e da presença de religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, que triplicaram de 0,3% para 1%. Tradições como islamismo, budismo e esoterismo cresceram de 2,7% para 4%, enquanto o espiritismo caiu de 2,1% para 1,8%.
Fonte:jovempan.com.br