Pacote mira transporte de petróleo russo, que representa mais de 60% das importações de diesel no Brasil em 2024
A União Europeia decidiu intensificar a pressão sobre a Rússia ao anunciar o 17º pacote de sanções, em alinhamento com os Estados Unidos. O foco principal da nova medida está no comércio de petróleo, setor vital para a economia russa. A decisão ocorre em um momento em que a Rússia se tornou o maior fornecedor de diesel importado pelo Brasil, respondendo por 63,6% das importações brasileiras do produto em 2024.
Apesar das restrições, os embarques de petróleo russo para o Brasil seguem firmes, ainda que enfrentem obstáculos logísticos crescentes. Durante visita recente a Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a relevância da Rússia como parceiro estratégico para o Brasil. Segundo ele, manter relações comerciais com diversos países é fundamental para a segurança energética e o equilíbrio das relações internacionais.
O novo pacote europeu tem como alvo específico a frota marítima utilizada no transporte de petróleo russo, estratégia que visa dificultar a logística de exportação do combustível e aumentar o custo operacional da Rússia. Além disso, estão em discussão tarifas adicionais sobre transações comerciais com o país.
A Petrobras, estatal brasileira do setor de petróleo, não está envolvida na compra de diesel russo. No entanto, empresas privadas e grandes distribuidoras vêm intensificando as importações desse combustível por conta dos preços mais baixos oferecidos pela Rússia. A possível restrição dessas compras, em função das sanções europeias, pode levar a um aumento nos preços dos combustíveis no mercado interno brasileiro.
A medida levanta preocupações sobre os efeitos indiretos das sanções internacionais nas economias de países que mantêm relações comerciais com a Rússia. Analistas alertam que o Brasil precisará acompanhar de perto os desdobramentos do cenário europeu para evitar prejuízos à sua política energética e ao abastecimento de combustíveis.
Com o mercado internacional cada vez mais pressionado por questões geopolíticas, o impacto das sanções pode ultrapassar fronteiras, exigindo cautela e articulação diplomática por parte do governo brasileiro.
Fonte: jovempan.com.br